A APESPE-RH, associação que representa as empresas do setor privado de emprego e recursos humanos em Portugal, preconiza uma maior atenção e valorização da flexibilidade laboral, como parte importante do desenvolvimento económico, tecido empresarial competitivo e criação de novas oportunidades de emprego.
Para a Associação, mais uma vez e como é habitual, erradamente, confunde-se trabalho precário com contratos de trabalho a termo, certo ou incerto, e trabalho temporário. O trabalho precário deve ser abertamente combatido por todos e resulta de más práticas empresariais que devem ser exaustivamente denunciadas.
Quando falamos de trabalho temporário e de contratação laboral a termo referimo-nos a uma realidade bem distinta, que quando é usada adequadamente constitui uma resposta eficaz às necessidades das empresas. Existem, aliás, sectores de atividade económica onde a contratação a longo prazo é um elemento largamente condicionador do desenvolvimento do negócio, devido à existência de fatores exógenos caracterizados por uma elevadíssima variabilidade no plano das necessidades intermitentes e transitórias de recursos humanos, de que são exemplos a construção, o turismo, a hotelaria e hospitalidade, assim como, serviços com destaque para a atividade dos Centros de Relacionamento com Clientes.
O trabalho temporário e os contratos a termo funcionam como importante instrumento de crescimento económico. A flexibilidade laboral que oferecem, tanto para empresas, como para os trabalhadores, é um motor de crescimento e desenvolvimento do país necessário para as empresas crescerem e poderem desenvolver sustentadamente o seu negócio. O trabalho temporário deve, pois, ser mais dignificado em Portugal, à semelhança do que já acontece há muito tempo noutros países da União Europeia e não só, onde coexistem percentagens semelhantes de trabalho temporário e contratos a termo e elevados índices de desenvolvimento social e dinamismo económico.
A APESPE RH advoga também uma maior fiscalização e penalização das más práticas, incumpridoras da lei laboral, e simultaneamente reclama melhor proteção dos direitos dos trabalhadores temporários e das inerentes condições de trabalho.
A criação de mais e melhores oportunidades de trabalho e de negócio, num ambiente empresarial competitivo, que se pretende desenvolvido e sustentável, é o que realmente pode beneficiar o País, os trabalhadores e as empresas.